KAMALA
Junho/2008
Essa é uma entrevista com o Kamala, banda Thrash
Metal de Campinas, onde obtive respostas de alguns integrantes
da banda:
1-
Quando ouvi o som de vocês pela primeira vez, notei
que havia um “Q” de diferente entre o Kamala
e as costumeiras bandas de Thrash da região, já
cheguei ate a comentar isso com vocês, são
riffs cadenciados, com uma linha entre altos e baixos
harmônicos e muito pesado. Quais influências
levaram vocês a esse som?
Ralph:
Bom, cada um no Kamala teve e tem suas influências.
Cada dia a gente busca ouvir coisas novas e não
nos prendemos a rótulos de estilo, ouvimos o que
nos faz bem e o que achamos bom. Mas sem dúvida
tivemos muitas influências de Slayer, Sepultura,
Metallica, Megadeth, Anthrax, Lamb Of God.
Acho que esse "Q" que você citou tem muito
a ver com o fato de fazermos músicas não
apenas por fazer, mas porque gostamos. Acho que com o
passar do tempo vamos criando uma identidade própria
pra isso. Já ouvi muitas vezes que nossas músicas
são diferentes e tudo mais. Queremos marcar e colocar
nossa cara nisso. O lance é deixar mesmo registrado
a marca Kamala nos sons e saber que quando alguém
ouvir saberá que banda está tocando.
2-
Quando o Kamala começou a tocar pelos bares, qual
era a aceitação a banda, visto que Campinas
se tornou um campo minado de hard? E o que mudou do início,
para os dias de hoje com relação à
aceitação desse tipo de som?
Raphael:
Os sons do Kamala não são tradicionais,
ou seja, presos a um estilo só. Buscamos o nosso
espaço, sem passar por cima de ninguém,
tentamos conquistar o nosso público com o nosso
som, afinal se trata unicamente de música. O que
mudou foi que aos poucos estamos conquistando nosso espaço,
e juntamente sempre buscando fortalecer a cena das bandas
de música própria.
3-
Sim, mas você acha que hoje o público aceita
e curte mais o som de vocês do que há alguns
anos, no começo da banda?
Ralph:
Com certeza. Sabemos que é impossível agradar
a todos, muita gente não gosta do nosso som e respeitamos
isso. O que tenho notado ultimamente é uma grande
aceitação do público que vai assistir
nossos shows, tanto aqui em Campinas como em outras cidades.
Voltando a primeira pergunta, colocamos nossa marca nas
músicas, e é muito gratificante saber que
a galera tá indo nos nossos shows por isso, porque
gostam da banda. Cada dia mais, estamos aperfeiçoando
e crescendo, isso tudo devido a um trabalho feito com
profissionalismo e amor a música. Dessa forma tudo
acaba fluindo bem.
4- A formação anterior do Kamala contava
com 3 integrantes, certo? Sabemos que você foi o
último integrante a ingressar na banda. Como se
deu essa entrada, e qual mudança a banda visava
com mais uma guitarra?
Ralph:
Isso mesmo, o Kamala já passou por muitas formações
e eu fui o último integrante a ingressar na banda.
Eu comecei acompanhar a banda por volta de 2005, me identifiquei
muito com o som. Passei a ser roadie do Raphael, dessa
forma pude estar presente em todos os shows. Eu sempre
brincava com o pessoal da banda dizendo que o Kamala teria
que ter duas guitarras, pensando na hipótese de
entrar pra banda. Um dia fui pego de surpresa com essa
notícia de que eu estava na banda. O fato de ter
2 guitarras sem dúvida nenhuma é poder trazer
mais peso pras músicas e deixar os sons mais fortes
e agressivos. Dar mais dinamismo nos som e deixar nossa
marca por onde passamos.
5-
Quem escreve as letras, e qual a principal mensagem que
vocês querem passar nas músicas?
Ralph:
A maioria das letras do nosso "debut" foram
escritas pelo Raphael. Todos nós temos liberdade
pra compor, seja letra ou arranjos, só que antes
de gravarmos é feita uma seleção
com muito cuidado pra saber qual música tem mais
impacto e agressividade, nada é feito sem pensar
e sem ter a aprovação dos quatro integrantes.
Tentamos sempre chegar a uma única opinião.
Raphael:
Minhas músicas funcionam como terapia para mim,
onde eu me limpo, coloco tudo de ruim ou de aprendizado
sobre algum fato pessoal.
Nícolas: Eu gosto de fazer críticas
à sociedade em geral e ao rumo que ela tem tomado
no sentido de estar se autodestruindo na medida em que
“avançam” rumo a um mundo mais cômodo
e eficiente, pois nem tudo é tão lindo quanto
parece.
6- No final de 2007 vocês gravaram o primeiro CD
da banda intitulado KAMALA. Como está sendo feito
o trabalho de divulgação?
Ralph:
O processo de gravação começou em
Julho de 2007 e foi finalizado em Novembro. Desde então
tentamos todas as forma possíveis de divulgação:
myspace, site, resenhas em revistas e sites ajudam bastante.
Por falar em resenha, saiu na edição desse
mês da Roadie Crew uma resenha feita pelo Mauricio
Dehò. O pessoal da Overload ajuda muito nessa parte,
levando nosso som para fora do país, sempre mantendo
contato com grande nomes do metal nacional. Isso e acho
fundamental para dar uma alavancada no nosso trabalho.
Raphael:
Hoje em dia a internet é peça fundamental
e indispensável para a divulgação,
por exemplo, o myspace, pessoas do mundo inteiro escutam
e vão passando para os conhecidos. E outra ferramenta
seriam os shows, pois o show é a melhor "propaganda"
que uma banda pode ter para conquistar seu público,
nossa música se baseia em peso e energia.
7-De que maneira chegou o convite pela Overload Records
para a gravação do CD?
Raphael:
A Overload Records já conhecia nosso trabalho,
através da demo "Corrosive" lançada
em 2005, e também já conhecia o produtor
Ricardo Piccoli, pois eles lançaram uma antiga
banda dele, DeadNature. Com isso eles ficaram sabendo
que iríamos gravar nosso álbum de estréia,
mostramos as pré-produções, eles
gostaram muito do que escutaram, e assim surgiu o convite.
8-Como
foi feita a escolha de vocês para a final Campineira
para o Wacken? Qual a opinião de vocês, por
não terem sido escolhidos?
Raphael:
Enviamos material para a Roadie Crew e escolheram o Kamala
para estar entre as 5 bandas da seletiva de Campinas.
Sobre o resultado final, desde que soubemos que estávamos
dentro da seletiva, já foi uma conquista, pois
sermos selecionados por pessoas da Roadie Crew foi muito
gratificante.
Quando se está em show com formato de "concurso",
já estávamos cientes que só haveria
um vencedor. Subimos no palco e fizemos o nosso melhor,
não ganhamos a vaga para a final em São
Paulo, mas sem dúvida conquistamos pessoas que
ainda não conheciam o nosso trabalho.
9-Qual a maior aspiração do Kamala?
Raphael:
Todas as nossas conquistas são importantes para
continuar o desenvolvimento do nosso trabalho, porém
sem dúvida, o contrato com a Overload Records para
o lançamento do nosso "debut" foi muito
importante para a banda.
Bom, é isso ai, é bom saber como “funciona”
mais ou menos as bandas que a gente escuta e curte. Valeu
galera!
MIH Pereira
Grupo Metal Rise
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