REI
LAGARTO
Junho/2008
Conversei
com Fabiano Negri, o vocalista da banda Rei Lagarto de
Campinas, que esclarece algumas dúvidas interessantes:
1- O baixista Yon Berry, em 1991 queria montar uma banda,
certo? Que estilo de música ele buscava tocar em
uma banda há 17 anos?
Fabiano: No início, a banda fazia um som
calcado no Punk Rock e no Rock Gótico dos anos
80.
2-
Você pode me dizer se vocês seguem hoje, a
mesma linha de som e de composição que tinham
no começo da banda?
Fabiano: Não, hoje é totalmente
diferente, até porque a formação
mudou muito até se estabelecer na atual. Com isso,
as influências também foram mudando bastante.
3-
Esse estilo Hard anos 70 tem, aos nossos ouvidos, bastante
influência de Led Zeppelin, Deep Purple. Vocês
acham que é por isso que conseguiram ser uma banda
da região com grande reconhecimento ao longo desses
anos, ou talvez isso tenha acontecido por vocês
acreditarem e seguirem em frente aí, por quase
2 décadas?
Fabiano: Acho que conseguimos reconhecimento por
sempre trabalharmos sério. Sempre levamos nossa
música muito a sério. Nunca quisemos ser
melhor nem pior do que ninguém. Apenas levamos
adiante a vontade de fazer o som que a gente gosta e tentar
fazer isso da melhor forma possível. Ficamos muito
contentes em perceber que hoje temos algumas pessoas que
seguem a banda e adoram nossa música. Lógico
que não são milhares de pessoas, pois conhecemos
cada uma delas, mas é essa galera que nos ajuda
a ter força para nadar contra a maré.
4-
Nos shows, vocês costumam mesclar às suas
músicas, composições de grandes nomes
internacionais dos anos 70. Vocês acham que essa
experiência é valida e agrega algo de bom
pras apresentações do Rei Lagarto?
Fabiano: Tocamos algumas releituras porque gostamos
e porque infelizmente não conseguimos segurar o
público apenas tocando nossas músicas. Temos
prazer em prestar homenagem às grandes bandas que
nos influenciaram, sem elas não seríamos
nada.
5-
Fabiano, você chegou a gravar um EP com uma banda
que você tinha em 1998, chamada Mindfreak, que seguia
outro estilo musical. Esse estilo hard 70 é o seu
favorito?
Fabiano: Sim, sou fanático por Black Sabbath
e Ozzy Osbourne. Fanático de carteirinha mesmo.
Daqueles fãs chatos que defendem o ídolo
até a morte. Gosto de muito pouca coisa que tem
sido feita atualmente na música. Gosto dos grandes
nomes dos anos 70 Led, Purple, Alice Copper, Rainbow (COM
DIO) e por aí vai.
6-
Quem na banda compõe as melodias, e escreve as
letras?
Fabiano: Eu crio todas as melodias e a maioria
das letras. Gosto muito de compor e arranjar e tenho centenas
de músicas dos mais diversos estilos arquivadas
no meu PC.
7-
Houve um tempo que o Rei Lagarto acabou, não foi?
Qual o motivo?
Fabiano: Divergências musicais e pessoais,
que já estão resolvidas!
8-
Vocês criaram a banda Makkina, que contava com a
mesma formação atual do Rei Lagarto, exceto
pelo baixista, que no Makkina era o Ralf Crow, certo?
Por que decidiram fazer essa banda, que também
apresentava em seus shows, as músicas do Rei Lagarto?
Fabiano: Sempre quisemos ter o Rei Lagarto de
volta, mas o Yon estava fora da música no período
que voltamos a ter contato. Demorou uns dois anos e algumas
reuniões para trazermos a banda de volta. Makkina
é um projeto do James e acho que ele ainda vai
trazer essa banda de volta em algum tempo.
9-
Qual foi a relação do público diante
dessa “mudança de banda” ou quem sabe,
pode-se dizer que foi apenas uma “mudança
de nome”?
Fabiano: Fomos bem aceitos, fazíamos um
som mais pesado do que o Rei e chegamos a gravar uma Demo
muito bacana. Mas era um começo... e o projeto
não está definitivamente arquivado.
10-
Como aconteceu a volta do Rei Lagarto depois do Makkina?
Fabiano: Foi simples. Decidimos que era a hora
de voltar e tocar para as pessoas que sempre gostaram
da banda. Esse é o meu som e me sinto muito à
vontade dentro do Rei Lagarto.
11-
Essa formação atual segue desde quando?
Fabiano: Essa formação é
de 2002.
12-
Como tem sido a recepção do Rei Lagarto
em outras cidades que vocês têm tocado?
Fabiano: Tem sido legal, sempre tem pessoas que
conhecem o Rei Lagarto em qualquer lugar que a gente vai
tocar. Isso é muito bacana e recompensador.
13- Bom, 2008 está prometendo DVD e CD novo. Como
está sendo?
Fabiano: O CD ao vivo sai dia 2 de Agosto. O terceiro
CD de inéditas sai no fim do ano. O DVD é
mais complicado, pois temos que sentar e ver as imagens
com calma. Adianto que, além dos shows, o DVD trará
um documentário com a história da banda.
Queremos fazer um material caprichado!
14-
Vocês, como uma banda de muitos anos atuando na
cena independente, poderiam falar, ou dar a ‘receita’
para as pessoas que começam agora a ter banda,
e não levam adiante porque, afinal, é apenas
a minoria que apóia as bandas independentes, principalmente
no começo. O que vocês diriam para essas
pessoas?
Fabiano: Tenham fé na música que
vocês fazem e não dependam de elogios e tapinha
nas costas de ninguém pra continuar. Tenham banda
porque vocês gostam de música e não
pra fazer pose pra ninguém. Estamos no Brasil e
dificilmente vamos conseguir algo muito grande. Por isso
façam música por amar a música acima
de tudo.
15-
Como foi essa caminhada do Rei Lagarto até aqui?
Teve mais altos do que baixos?
Fabiano: Foi boa e gratificante. Mas tivemos muitos
problemas e até hoje temos. O pior de todos é
gente que te puxa pra baixo e gente não muito profissional
no meio da música, principalmente quando falamos
de donos de casas de show. Às vezes, tratam os
músico como lixo e não cumprem o que está
combinado. Ninguém é grande, mas algumas
bandas têm qualidade e outras não... uma
pessoa, para ter uma casa noturna, deve saber a diferença
entre um bom e um mau músico, antes de cometer
injustiças.
16-
Qual a aspiração do Rei Lagarto para o futuro?
Fabiano: Continuar fazendo o nosso som, pois isso
é o mais importante!!!!
Muito
obrigada pela atenção de vocês! Sucesso!
Porque afinal, com essa garra toda, vocês merecem!
MIH Pereira
Grupo Metal Rise
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