TUORTA DE DANNONE
Setembro/2008

 

Entrevistei a banda Tuorta de Dannone, que conta com uma galerinha muito competente. As respostas constam como "Tuorta" porque a banda toda respondeu!

1-Eu não conhecia a banda, tinha apenas ouvido algumas pessoas falarem e admito que, pelo nome, eu não levava muito a sério, não. Qual é a origem da idéia desse nome, “Tuorta de Dannone” ?
Tuorta: Surgiu em um dos primeiros ensaios, depois de uma confusão entre Tuatha de Danann e 'torta de danone'. Não sabíamos que, algum dia, levaríamos a banda a sério, acho que essa idéia passava longe, e muito menos que tal nome iria gerar esse preconceito precipitado. Mas, depois de quase três anos, continuamos tocando juntos, com algumas boas realizações, sem tanta preocupação quanto a isso. Acho que não falo apenas por mim quando digo que não me arrependo de termos continuado com esse nome.

2-Há quanto tempo essa banda existe?
Tuorta: Faremos três anos de existência em novembro. Mas o primeiro ano foi de, praticamente, só ensaios e zueiras. Sem contar que, até chegarmos ao ponto em que estamos, a formação atual, teve bastante gente diferente passando pela banda, além de alguns hiatos.

3-Quais eram as músicas, qual era o projeto musical da banda inicialmente?
Tuorta: O projeto inicial era de tocar só covers, algumas músicas como Follow in the Cry (After Forever), ou Cold (Lacuna Coil). Um dia, surgiu uma música própria, chamada Lady of the Night, que surgiu quase como uma brincadeira a respeito do medo de escadas da antiga vocalista, mas isso foi numa época em que ninguém tinha experiência alguma com composições.

4-Como vocês denominam o estilo de som da banda?
Tuorta: Antigamente teríamos dito Gothic Metal, com certeza. Mas agora, com as músicas próprias prontas, acho que o mais prudente é deixar que o público nos denomine, afinal, isso nem é o mais importante.

5-Vocês já eram amigos antes de montarem a Tuorta? Como surgiu a banda?
Tuorta: Sim. Conhecíamos-nos por circunstâncias parecidas, mas diferentes. Claudya, Lucas e Aline se conheceram no colégio. Mayara e Claudya se conheceram na escola de música. Helton é o japa da farmácia e Morango, o mais conhecido da cidade. Junte tudo isso numa cidade do interior e eis o resultado.

6-Todos são de Paulínia?
Tuorta: Todos somos. Mas a Aline e a Claudya passam a semana em outras cidades.

7- Falando da Maya (batera/vocal), fiquei sabendo que, além de cantar (muito bem), e tocar bateria (também muito bem), você também toca outros instrumentos, é verdade?
Tuorta: Primeiramente, obrigada pelos elogios. Eu toco sim! Fiz alguns anos de aulas de guitarra, mas acho que sou “menos pior” no violão. E, fiz também, 2 anos de aulas de violino, mas, como eu sou péssima, não me arrisco a mostrar meus “talentos” como violinista pra ninguém! Hahahaha.

8- Maya, desde quando você se dedica à musica?
Tuorta: Acho que desde que eu comecei as aulas de guitarra. Com uns 10 ou 12 anos. Eu mais cantava do que me aprofundava na guitarra. Daí pra frente eu comecei a cantar em público e logo depois comecei a fazer aulas de canto. Larguei as aulas de guitarra e resolvi me aventurar na bateria. Mas nunca fui de, realmente, me dedicar aos estudos. Acho que é por isso que sempre gostei mais de cantar.

9-Vocês são todos bem novinhos não são? Qual idade de vocês?
Tuorta: - Maya e Claudya, 18. Aline e Lucas, 19. Helton, 20 e Morango 12. Opa, 21.

10-Quantos shows a banda já fez?
Tuorta: Bom, não sabemos ao certo. Passamos algumas vezes por cidades como Amparo, Pedreira, Serra Negra, Jaguariúna, Campinas, Sumaré, Sorocaba, São José dos Campos, Cordeirópolis e, claro, Paulínia.

11-A reação das pessoas ao verem vocês no palco pela primeira vez, é sempre a mesma? De surpresa?
Tuorta: Ah, quase sempre sim! Muitas pessoas vêm conversar com a gente depois do show, falando do quanto elas ficaram surpresas, como achavam que a banda seria uma zueira com Tuatha de Danann ou que não conseguiríamos tocar músicas do Cradle of Filth ou Children of Bodom.

12-Já foram criticados alguma vez? Como reagem às criticas ruins?
Tuorta: Sempre fomos, continuamos sendo criticados por conta do nome. É sempre a mesma história 'Que droga de nome é esse? Que falta de respeito com Tuatha!' 'A banda deve ser uma bosta igual ao nome' 'Que bando de perdedores' e comentários afins. O mais interessante é que esse tipo de crítica sempre vem antes de qualquer interesse a respeito do som! E sobre qual é a nossa reação, depende. As críticas a respeito do nome, claro, nos deixam desconcertados, mas aprendemos a não dar atenção, afinal, é uma questão, às vezes, de gosto pessoal e, sempre, de convenções. Nomes em inglês são sempre mais valorizados, indiferentemente do seu significado. Quanto às críticas que dizem respeito 'ao som', mas partindo de uma associação com o nome, a gente não dá atenção mesmo. Não faz sentido algum julgar a qualidade musical pelo nome. É o mesmo que deduzir a qualidade de um livro tão somente pelo seu título, que pode ou não fazer jus ao seu conteúdo. É infinito o número de exemplos que podem ser dados para mostrar o quanto esse tipo de associação é vago. Já em relação às críticas direcionadas ao som, estamos sempre atentos. É preciso estar sempre aberto para ouvir e, depois, descobrir o que se pode tirar de proveito disso. Pensar no quanto as críticas conferem ou em que medida elas estão embasadas apenas no gosto pessoal de alguém que não tem afinidade alguma com aquilo que fazemos. É uma questão de, nesse caso, ouvir e depois pesar a relevância, com bom senso. Esse lance de como reagir depende muito do modo como foi feita a crítica.

13-Qual foi o melhor momento da banda?
Tuorta: Acredito que tenha sido o show de Serra Negra. Foi a primeira apresentação fora da cidade, segundo show da banda, incluindo, além do nervosismo de quem é inteiramente cru e sem experiência de lidar com palco ou público, um desastre com a vocalista. Tudo bem que, hoje, sabemos que esse foi o acontecimento crucial que nos levou a ter o diferencial que temos, porque a Maya cobriu a falta da vocalista no dia, de improviso, mas, na época, foi motivo pra bastante ansiedade! Estava chovendo bastante e não tinha quase ninguém por perto. Quando começamos a montar o equipamento, a chuva deu uma leve amenizada e, logo que começamos a tocar, vimos o público bastante cheio, com várias pessoas dividindo espaço debaixo do guarda-chuva! Depois de tocarmos, muita gente veio conversar conosco atrás do palco, dando os parabéns! Foi um dia intenso, com muita coisa nova e que, especialmente, deu muita motivação para levar a banda adiante!

14-Quantas músicas próprias vocês têm? Quais são?
Tuorta: Por enquanto temos nove músicas prontas: Prelude, Quit Aries, Carrie, The Day that the Sun Died, Doped by Facts, Invisible People, Fake World, Nightmare for a Night e Portrait. Mas no momento estamos terminando algumas músicas que também entrarão no CD.

15-Vocês algum dia pensam em só tocar sons de vocês nos shows? Tipo, fazer um cover ou outro só pra “ter” mesmo, mas focar os próximos shows num trabalho de vocês?
Tuorta: Acho que se chegarmos ao ponto de poder fazer um show apenas com as nossas músicas será maravilhoso!

16-Posso ser sincera? Desculpem-me, mas eu acho o som e a dedicação e o impacto musical que vocês causam, muito forte, muito positivo, mas como “público”, eu acho que vocês negligenciam um pouco no estilo. Vocês pensam em adotar um estilo que tenha mais a ver com a banda, ou acham que está bom assim do jeito que está?
Tuorta: Sincera, claro que pode ser. Sinceridade deve estar sempre presente, sendo que isso vale até mesmo para o nosso estilo. Se isso quer dizer porte, por exemplo, quanto ao visual, ainda estamos nos desenvolvendo, caminhando, amadurecendo e, com isso, adquirindo algo que tenha a ver conosco, principalmente, e que seja condizente com a banda. Seria forçado, portanto sem sinceridade, se de um dia para o outro começássemos a nos vestir muito trues ou com qualquer coisa que não nos deixasse à vontade. Isso afetaria nosso desempenho, sem dúvidas, além de que seria muito zuado, quase como Massacaration, só que, no caso, com a intenção de ser sério, ou seja, ridículo, afinal. Claro que nós sabemos que há a necessidade de ser flexível e, uma hora, adotar um 'estilo' que seja condizente com vários fatores. Mas isso é um processo e, desde o início e, acredito que, para sempre, estará em andamento.

17-Minha pergunta “clichê” é sempre a mesma: O que vocês almejam para o futuro da Tuorta de Dannone?
Tuorta: Amizade, companheirismo e trabalho duro. Reconhecimento vai servir de combustível para a continuidade disso, mas reconhecimento é só a simples conseqüência de tudo isso. Esforço e amizade são essenciais. Caso não dê muito certo, espero que possamos continuar amigos, tomando cerveja e comendo amendoim, como é de praxe. E um copo de Coca pro Morango.


E isso, "reconhecimento" vocês estão tendo por minha parte, já que realmente curti muito o show de vocês!
Desejo breve ascensão para essa banda, que causa polêmica, sim, pelo nome, mas não pelo som!
Valeu!


MIH Pereira

Grupo Metal Rise

 


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