06/12/2009
- OBITUARY, Belphegor, Queiron, Equinoxio, no Hammer
Rock Bar
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Para
finalizar com chave de ouro um ano pródigo em
shows internacionais, o HAMMER ROCK BAR recebeu pela
primeira vez o Obituary, uma das maiores bandas da história
do Death Metal, juntamente com o Belphegor, outro grande
nome do death/black mundial. Como bandas convidadas,
tivemos os panamenhos do Equinoxio, e os brasileiros
do Queiron, tornando esse evento uma verdadeira Torre
de Babel do Metal Extremo. Ao contrário de recentes
festivais extremos em nosso Estado, esse show teve lotação
total do bar e os que foram, presenciaram uma noite
que entrará para a história da cena Death
Metal da região.
A
abertura dos shows ficou por conta do Equinoxio, banda
de black metal vinda do improvável Panamá.
O Metal Negro tocado pela banda é extremamente
esporrento e rápido, embora ainda um pouco primitivo,
soando como uma versão mais crua de bandas como
Marduk e Dark Funeral. O trio, formado por Grief (vocal/guitarra),
Cadáver (bateria) e A Predator (baixo), tocou
músicas de seu debut Punishment of Souls, como
Born for Blasphemy e a faixa título e outras
da época de demos como Pagan Supremacy, que fechou
o set. Com certeza foi a (boa) surpresa da noite e,
se em um primeiro momento, a banda chamou a atenção
apenas pelo fato ser oriunda de um país sem nenhuma
tradição na cena metálica, após
a apresentação todos comentavam sobre
o belo show apresentado pelos panamenhos.
Continuando
a saga de brutalidade da noite, o Queiron subiu ao palco
tocando a faixa de abertura de seu último cd
The Sheppard of Tophet , a belíssima instrumental
Toguahepora añaraity. Desse mesmo álbum
tocaram ainda Evil Domain Prevails, Impalement Ritual
Assembly e a faixa título, e outras mais antigas
como Summon Sacred Vengeance. Tocaram também
uma faixa que estará no próximo álbum
da banda, que segue à risca a tradição
da banda, um brutal death metal, agressivo até
o talo. Esse foi um dos primeiros shows com o novo baixista
Lauro (Incinerad/ ex Bestial Atrocity) e, pelo que vimos
no palco, ele já está totalmente entrosado
com o restante da banda, o fundador Marcelo (guitarra/vocal)
além de Ricardo (guitarra) e Oscar (bateria),
todos eles excelentes músicos. Um fato a ser
citado foi a mudança no estilo vocal de Marcelo,
dando um enfoque um pouco mais rasgasdo ao seu tradicional
gutural. Como já era de se esperar, a banda fez
um ótimo show para os amantes do Death Metal,
e saíram do palco com a sensação
de dever cumprido. Devemos citar também que esse
foi o show de comemoração de 15 anos de
banda, e nós da METAL RISE, desejamos mais 666
anos de Death Metal para eles.
O
Belphegor é hoje uma das maiores e mais bem sucedidas
bandas do Death/Black mundial graças à
sua bem feita e poderosa mistura de Death e Black Metal
e desde o lançamento de Lucifer Incestus em 2003
vem ganhando uma moral gigantesca entre os admiradores
dos estilos mais extremos do metal. Tocando pela segunda
vez no Hammer Rock Bar, os austríacos divulgaram
seu mais recente cd , Walpurgis Rites- Hexenwahn e novamente
fizeram um show absurdamente matador. Desde a abertura
com Bleeding Salvation, até o final com a clássica
Bondage Goat Zombie, o que se viu no palco foi uma banda
absurdamente bem entrosada, com uma boa postura em cena
tocando suas músicas como se sua sobrevivência
dependesse daquilo... É de se tirar o chapéu
para o profissionalismo e devoção com
que a banda encara sua música, fazendo com que
tudo que a cerca seja extremamente profissional. Líder
inconteste da banda, Helmuth é o ‘dono
do show’ nas apresentações do Belphegor,
ele se comunica de uma forma bastante espontânea
e até mesmo ‘desencanada’ com os
presentes, chegando a algumas vezes a brincar com eles,
algo meio difícil de se ver em um meio sisudo
como o metal extremo. .... Acompanhando Helmuth estão
o baixista Serpenth, o guitarrista Moluch e o baterista
Robert Kovacick, que desempenham muito bem seus respcetivos
papéis e também possuem uma postura cênica
muito boa. Grande parcela dos bangers presentes no domingo
estavam ali para ver os austríacos em ação
e em músicas como Lucifer Incestus, Hell´s
Ambassador, Walpurgis Rites, Justine: Soaked in Blood
e Stigma Diabolicum foram à loucura devido à
performance avassaladora da banda. Como da outra vez,
saíram do palco ovacionados pelos presentes e
a nós resta esperar por mais uma visita dos austríacos
endemoniados.
Alguns
poucos minutos se passaram após o término
do show do Belphegor e eis que o monstro Donald Tardy
e o baixista Frank Watkins surgem descendo as escadas
do camarim que levam ao palco do Hammer. Logo atrás,
vieram o mestre Trevor Peres e Ralph Santolla, que já
de cara começaram a destilar os riffs de List
of Dead, música do novo álbum Darkest
Days e que está sendo o ato de abertura nessa
tour. Nesse momento, os bangers já estavam ensandecidos,
se degladiando como loucos na frente do palco, e foi
só o vocalista John Tardy dar o ar da graça
para o que já estava fora de controle se tornar
um verdadeiro genocidio. Sem dúvida alguma, o
vocalista mais singular da história do Death
Metal e um dos mais carismáticos e queridos pelo
público, John continua praticamente o mesmo moleque
que gravou o definitivo Slowly We Rot , exatos 20 anos
atrás. Seus vocais continuam maravilhosamente
doentios, agressivos e com aquele timbre ‘pastoso’
que tanto marca o som do Obituary. Não tem muito
o que falar, John é uma verdadeira instituição
sagrada (maldita?) do Metal e só o fato de ver
ele no palco já valeu cada centavo investido
no show. Ao contrário dos demais frontmen de
Death Metal, John tem uma postura totalmente light no
palco, e como já é tradição,
tocou de bermuda e moletom, mostrando para todos que
o que realmente importa não é visual ou
pose, mas sim atitude, carisma e amor pelo Death Metal.
Três coisas que os integrantes do “Bitu”
(como a banda é chamada pelos fãs) tem
pra dar e vender....
Continuando
o massacre, eles levaram mais uma do último álbum,
a cadenciada Blood To Give antes de tocarem o primeiro
dos muitos clássicos da noite, a maravilhosa
Internal Bleeding. Após essa, mandaram uma das
minhas preferidas da carreira da banda, a certeira On
The Floor, seguida da jurássica Dying e de Face
Your God. Como a banda possui 8 excelentes álbuns
de estúdio, fica fácil montar o repertório
e o que vimos (ou ouvimos) neste domingo foi uma mescla
dos clássicos imortais da banda, com as novas
peças musicais que a banda produziu após
o período de hibernação que durou
de 1997 até 2005. Sendo assim, eles tocaram ainda
Chopped in a Half (não acredito que ouvi essa
ao vivo!!!!), Slow Death, Evil Ways, The End Complete,
Final Toughts.
Mesmo
este sendo o último show da perna sul americana
da tour, a banda, em momento algum, demonstrou cansaço
ou preguiça, pelo contrário, a empolgação
e garra com que tocou animou até o mais cansado
dos bangers. Como resposta à perfomance insana
da banda, os presentes abriram várias rodas de
mosh e em vários momentos até se arriscaram
em alguns mal fadados stage dives. Enquanto os bangers
se matavam na pista, em cima do palco Trevor Peres despejava
alguns dos mais doentios riffs já criados no
Death Metal, sempre acompanhado do excelente Ralph Santolla,
o virtuoso da banda, que desde sua entrada em 2007 vem
se demonstrando mais do que apto para substituir o fundador
Alen West. A cozinha da banda, formada por Frank e Donald
é uma das mais consistentes e pesadas que se
tem notícia, e a sincronia entre os dois é
algo de absurdo, também não podia ser
diferente, tendo em vista que tocam juntos desde o lançamento
do matador Cause Of Death em 1990. Donald ainda fez
um belo solo quase que no final do show, enquanto os
outros descansavam para o bis. Nada muito espetacular
ou técnico, mas que nos mostrou toda a pegada
e potência dessa lenda do Death Metal mundial.
Como
tudo que é bom acaba logo, após uma hora
de show, o vocalista John Tardy anuncia que eles tocarão
a última da noite. Eu podia ficar aqui horas
tentando escrever sobre como foi ouvir essa música
ao vivo, mas mesmo se fizesse isso não iria conseguir
descrever com precisão tal sensação,
e muito menos faria jus a tamanha preciosidade musical,
por isso me abstenho de tais comentários e apenas
cito o nome da faixa: SLOWLY WE ROT.....
Findados
os shows, fui embora para casa absurdamente satisfeito
por ter visto uma de minha bandas preferidas ao vivo,
e com uma certeza na mente:
DEATH
METAL REINA
Daniel
Beraldo
Grupo Metal Rise