24/07/2009 - Krisiun, Sangrena e Opus Tenebrae, no Hammer Rock Bar
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Convenhamos que uma casa de shows fazer 3 anos não é fácil, e se o carro chefe da casa for o heavy metal, a coisa fica mais complicada ainda. Então, quando um bar de Heavy Metal completa 3 anos de vida com sucesso, uma comemoração especial é mais que bem vinda, correto? Pois foi isso que o HAMMER ROCK BAR fez para celebrar seus 3 anos de vida, convidando para ser a atração principal da festa simplesmente a maior banda nacional de Heavy Metal da atualidade, o grande KRISIUN. Participaram também do show as bandas SANGRENA e OPUS TENEBRAE.

Chovia bastante e fazia um frio severo na sexta feira a noite dia do show, um clima mais do que propício para uma noite Death Metal. Nos arredores do bar, já podíamos ver uma grande quantidade de deathbangers ansiosos para o início do massacre, e pouco antes do início dos shows, uma fila já se formava na entrada do HAMMER.

Eram passados poucos minutos depois das onze da noite, quando o Sangrena subiu ao palco dando início aos shows. Essa banda de Amparo/SP já está na estrada há 11 anos e nos brindou com um excelente DEATH METAL, muito bem tocado, com raízes fincadas nos primórdios do estilo, mas também admitindo uma dose extra de agressividade puxada do brutal death metal. Os vocais, do também baixista Luciano Fedel, são muito bons, em alguns momentos lembrando David Vicent. O grupo já é bem conhecido do público campineiro, o que tornou a apresentação mais bacana, devido a interação entre os bangers e a banda. Nas músicas do debut Blessed Black Spirit vimos muitos fãs agitando e cantando junto a banda. Após aproximadamente 35 minutos de massacre, a banda se despede dos presentes com a sensação de dever cumprido, e muito aclamada pelos mesmos.

Continuando com os shows, tivemos a apresentação do OPUS TENEBRAE, banda de Santos/SP. O grupo é composto por 6 integrantes, sendo dois guitarristas, um baixista, dois vocalistas que se revezam entre vocais guturais / rasgados e um mais limpo, e o veterano baterista Celso VX (ex Vulcano). Além disso, um dos cantores da banda também é responsável por tocar gaita de fole galega.. A banda toca um black metal com bastante influências medievais, celtas e clássicas mesclado com algumas estruturas vindas diretamente do metal tradicional, o que acaba gerando um som bem diversificado para os padrões do estilo; ríspido sim, mas com muitos momentos calmos e atmosféricos, o que talvez tenha sido o anticlímax da noite. Não me levem a mal, a banda fez uma belíssima apresentação, mas o estilo apresentado pela mesma não condizia com o espírito da noite, talvez até por isso obtiveram uma resposta um tanto quanto fria dos presentes.

Já eram 01h30min da manhã quando os irmãos Kolesne invadiram o palco do Hammer, iniciando um bombardeio death metal como há muito não se via em Campinas. Desde o começo do show, o som estava demasiadamente alto, que chegou a incomodar alguns presentes, porém após 3 músicas, os técnicos da banda ajustaram os equipamentos a fim de proporcionar um melhor som para os fãs. Com 7 álbuns completos de estúdio na bagagem, a banda tem um belíssimo repertório em mãos, e nesse show comprovou isto fazendo uma ótima mescla de temas atuais com clássicos do passado. Músicas mais novas como Refusal, Slain Fate e Combustion Inferno dividiram o set com temas clássicos do naipe de Hatred Inherit, Apocalyptic Victory e Soul Devourer. Mesmo o Krisiun tendo mudado um pouco seu estilo nos últimos álbuns, dando até uma certa pisada no freio (mas continuando sendo a locomotiva de sempre), ao vivo esses sons mais novos têm a mesma potência das velharias, sendo que algumas dessas ficaram bem mais agressivas e até mais rápidas ao vivo, como é o caso da maravilhosa Vicious Wrath. Bloodcraft, foi outra música muito bem recebida pelo publico que cantou (ou seria melhor urrou?????) junto com a banda partes da letra.

Durante todo o set, o vocalista/baixista Alex conversava com o público, sendo às vezes para instigar as rodas no pit, às vezes para agradecer a presença de todos e também mandando ver em inflamados discursos em prol do bom e velho death metal. Já seu companheiro de linha de frente, Moyses, é mais reservado, se limitando a destilar riffs aniquiladores e solos bestiais durante o show, mas tudo com uma técnica de fazer inveja a muito guitarrista fritador de notas por aí.... Já que estamos falando da performance individual dos irmãos, falemos um pouco dessa máquina britadeira chamada Max Kolesne. Cara, é realmente impressionante o que faz esse monstro: levadas velocíssimas, viradas inacreditáveis, ritmos apocalípticos e técnica a dar com pau, tudo isso em favor do mais extremo metal que se tem notícia! E o mais impressionante é que ele não erra NUNCA, mais parece um robô! Com toda certeza um dos maiores bateristas que já nasceram no Brasil.

Ainda durante a primeira parte do show, eles tocaram, para delírio deste redator, a clássica Kings Of Killing, música na qual larguei minha missão jornalística e fui banguear na roda!!!! Após algumas músicas, a banda sai de cena, mas os fãs não foram embora, pois o melhor ainda estava por vir... Agradecendo novamente o público presente e prometendo voltar o quanto antes, eis que a banda toca seu clássico maior, e um dos grandes hinos do metal extremo nacional, a maravilhosa Black Force Domain, que teve seu refrão urrado a plenos pulmões por todos os presentes!!

Vendo a banda no palco, percebe-se o porquê desses irmãos serem considerados do primeiro escalão do death metal mundial: postura extremamente profissional, técnica musical apurada, músicas matadoras, respeito aos fãs, e o mais importante de tudo: amor ao estilo que tocam.... Porque você olha os caras durante o show e percebe que estão ali fazendo o que gostam, o que vivem e respiram o dia inteiro, não estão ali por dinheiro, fama ou qualquer outra besteira desse naipe, até porque conseguir isso tocando brutal death metal é um pouco difícil....
O saldo final do evento foi extremamente positivo e o público foi pra casa satisfeito de ter visto um dos shows mais matadores dos últimos tempos.

E nós da METALRISE desejamos ao HAMMER ROCK BAR mais 333 anos de muito HEAVY METAL!!!!!

SOUTHERN “DEATH METAL” STORM!!!

Daniel Beraldo
Grupo Metal Rise

 


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